Metade dos municípios brasileiros busca por soluções urgentes para o tratamento de resíduos sólidos
Eles ainda usam lixões a céu aberto como destino para estes resíduos, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, divulgada ontem pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o instituto, mais de 30% das cidades do Sudeste têm coleta seletiva de lixo. Trinta e três cidades brasileiras simplesmente não têm rede de distribuição de água. Apenas 45% dos domicílios brasileiros possuem acesso a esgoto. De acordo com o levantamento, 22% dos municípios destinam o lixo a aterros controlados e 27,7%, a aterros sanitários. O IBGE afirma que o quadro exige soluções urgentes, mas destaca que o número de municípios usando lixões caiu nos últimos 20 anos. Em 1989, 88% dos locais armazenavam resíduos sólidos a céu aberto; em 2000, ano em que o IBGE realizou a pesquisa anterior, eram 72,3%.
Devido ao rápido crescimento populacional, urbanização e desenvolvimento econômico, a gestão do lixo tornou-se uma questão urgente. Há algumas décadas, muitas cidades não tinham programas estruturados para gerenciamento de resíduos sólidos. E uma vez que a gestão de resíduos sólidos é responsabilidade dos municípios, a questão passou a ser prioritária na agenda de prefeitos em países ricos e pobres.
Em 2012, o Banco Mundial previu um aumento de 70% do lixo urbano até o ano de 2025, em seu relatório “What a Waste”. Nesse mesmo ano, o documentário “Trashed” chamou a atenção do mundo para a crise global do lixo.
“Sem uma boa gestão de resíduos sólidos, você não pode construir uma cidade sustentável e habitável. Não é apenas sobre soluções técnicas. Existem impactos climáticos, de saúde e de segurança, e considerações sociais importantes, para que as pessoas e as sociedades sejam encorajadas a reduzir e reciclar o lixo”, disse Ede Ijjasz-Vasquez, Diretor Sênior de Prática Global Social, Urbana, Rural e de Resiliência do Banco Mundial.