Todo ano em setembro a voz de Ruy Portilho do outro lado da linha me enche de alegria e preguiça. Fico muito feliz de saber que por meio do Prêmio Esso de Jornalismo vou ter acesso àquilo que de melhor foi produzido nas artes gráficas em jornais e revistas. Por outro lado, quando abro a caixa com em média 500 inscritos, confesso que fico com certo banzo.
Porém, à medida que mergulho nesse universo de informação produzida de norte a sul do Brasil, minha preguiça desaparece. Aos poucos se revelam os processos criativos das equipes e os diferentes caminhos, visuais e editoriais, que trilharam para contar uma mesma história, levando o leitor delicadamente pela mão até o final.
Por muitos anos transitei nessa área e sei da dificuldade e do prazer que é transformar uma notícia, uma pauta, em algo atraente aos olhos de quem lê. Não apenas atraente, mas com coerência e hierarquia na apresentação do conteúdo.
Em 2010 tivemos alguns acontecimentos importantes largamente noticiados: Realengo, Eleições, Copas e… Paul MacCartney.
Os veículos de informação interpretaram o ídolo de algumas gerações das maneiras mais diversas. Gostei particularmente da solução encontrada pela Folha de São Paulo para o assunto: os cabelos de Paul numa versão pop, quase Andy Warhol.
Tempos velozes
Vivemos os tempos velozes (e furiosos) da internet 2.0 e das redes sociais onde, para bom entendedor, um símbolo basta. E quer símbolo melhor dos Beatles do que os cabelos? Não tem.
Foi uma sacada e tanto usar quatro versões dos cabelos de Paul em fases e discos diferentes: a fase fofo de 1963, os bigodes do Sgt. Pepper’s em 67, os mullets de 68 e a barba do Let it be em 69. Tudo muito Beatles, tudo muito Paul.
Como vocês já devem ter percebido nestes meus posts, tenho o hábito de levar para a parede tudo aquilo que me encanta.
Minha casa tem montagens de fotos, recortes de revistas, pôsters, camisetas e lembranças de viagens emolduradas…
E a visita de MacCartney a São Paulo não poderia ficar de fora. Depois de fazer uma rápida montagem entre imagens e textos, o Beatle agora está no meu hall da fama.
Deixa estar Paul.
Décio Navarro, designer de interiores e colunista Arquitecasa