A “arquitetura popular brasileira” não só existe como virou livro.
A obra, lançada neste mês, nasceu da experiência do arquiteto Demis Ian Sbroglia. Então aluno do curso de graduação de Arquitetura da Universidade Federal Fluminense, ele percorreu o litoral brasileiro de bicicleta. Neste caminho, Demis mapeou casas, casebres e sobrados. A Arquitetura Popular Brasileira, da Editora Bomtexto, conta com a colaboração dos arquitetos Wherter Holzer e Günter Weimer, e do fotógrafo Humberto Medeiros. Em sua sinopse, os autores cravam que “a obsessão em imitar a última moda da arquitetura internacional nos fez esquecer do nosso próprio umbigo, especialmente quando se trata da arquitetura popular”.
Dentro do ensino da arquitetura no Brasil, a arquitetura erudita tem sido claramente privilegiada. Isso se materializa em disciplinas que tratam longamente da história da arquitetura européia. O inverso ocorre no tratamento da arquitetura popular. As dimensões continentais do país, com a grande diversidade de climas e ecossistemas, propiciaram múltiplas adaptações dos diversos modelos trazidos do exterior. Entre essas adaptações não podem ser esquecidas as muçulmanas, que nos foram legadas pelo colonizador. É esse universo virgem que esta obra pretende explorar.
“Poucas nações tiveram uma formação cultural tão diversa como a nossa. Isso significa uma ampla variedade de heranças de construções.”